Família - Dia do sacho cheio

Confesso que eu já não sei mais o que esperar dessas pessoas, muito menos, o que esperam de mim... Viver nessa depressão acumulada no peito, nessa euforia desesperada ou simplesmente me calar e sorrir somente no momento prescrito, deixar a vida passar e me afastar de tudo que é intenso...

Eu não sou mais ou menos, eu não sou equilibrada, neutra nem comportada... Eu sou 8 ou 80, eu sou o extremo, o excêntrico, o excitante, eu sou o choro doloroso, eu sou a alegria alucinante, a nostalgia delirante...

Eu não me conheço ou eles não me reconhecem?

O que eu devo destruir? A Chama que arde em mim ou meu cordão umbilical...
Será que eu não posso simplesmente ir e vir, será que eu realmente preciso escolher ser boa ou má?

O que há de errado em ser eu, em ser assim?

Por que eu preciso seguir um manual das boazinhas? Eu sou devassa? Por que não posso ser eu e ponto! Qual o problema de não ser como vocês?

Qual o problema de pensar em mim mesma e torcer meu nariz pro que não me interessa?

Por que não me incomodar com o que não me acrescenta?

Boazinha? Malzinha? Insignificante? Ingrata? Egoísta? São esses os nomes que vocês dão a qualquer uma?

Ah, qualquer uma não sou eu!

Desculpem-me!

Nunca valerá a vocês descobrirem quem realmente sou!

isso cabe somente aos infinitos...

Aos amigos, aos amores eternos...

Aos sonhos sem fim...

Aos penhascos altos...

Ao risco incorrígivel!

Perdoe-me, mas acompanha-me ou deixo-te!